Agora chegando em um capão florestal de difícil acesso. Abaixo à esquerda arrumando a estrada na base da enchada, e à direita uma das muitas espécies de sempre - vivas (Eriocaulaceae) da região.
Uma Floresta Ombrófila, caracterizada por ocupar ambientes de umidade atmosférica constantemente elevada ao longo do ano todo, de acordo com o Elton, associada a solos mais profundos, no contexto da Serra do Cipó.
A mata deste capão florestal é secundária, o que é nítido quando vemos testemunhas do que aquilo já foi, como as duas árvores na foto, abaixo à esquerda uma peroba - amarela e uma Lauraceae. também fragmentos de carvão pelo chão da mata, à direita.
Os solos que no geral sustentam as florestas são pobres (vide Florestas, solos pobres e ciclagem biogeoquímica, também no Geófagos), a vegetação extremamente dependente da ciclagem biogeoquímica de nutrintes, ou seja, partes das plantas vão morrendo, caindo na superfície do solo, se decompando e os nutrientes alocados nos órgãos mortosi voltam a integrar um outro ser vivo ao serem reabsorvidos pelas árvores.
Reparem como as raízes das árvores nas matas são superfíciais.
Abaixo, uma sequencia do trabalho de amostrar a manta orgânica, primeira etapa para as análises cujos resultados ajudarão à embasar a tese do Elton:
Algumas das principais pragas da orquidofilia, ocorrendo naturalmente neste ambiente, caramujo e vespinha das raízes, esta última em uma raíz de Epidendrum, o que é pouco comum nos orquidários domésticos, pois normalmente estas preferem as raízes das espécies do gênero Cattleya.
Interessante o contraste de pigmentação entre as duas superfícies das folhas de algumas espécies, à direita uma Miconia sp., indicativo de solos pobres:
No meio da tarde a névoa se dissipa e o Sol incide sobre e sob o dossel:
Um pôr do Sol no Cipó, com seu único aspecto desagradável, as mutucas:
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