"Oh amor poderoso, que faz de uma besta um homem, e de um homem uma besta" - conscientemente ou não, ou seja, por instinto (memória genética!!!) ou por aprendizado, temos a idéia que tudo na verdade é uma mera questão de "depende", na minha opinião no teatro de Shakespeare podemos identificar alguns bons exemplos de que equilíbrio de uma determinada coisa em relação às demais, e não necessária e unicamente a existência dela em um corpo ou em um contexto, é fundamental para acontecer uma dada resposta, várias ações e uma reação. Voltando ao post anterior, que traz a idéia de que as obras de arte se consagram justamente por serem elas harmoniosas e familiares aos sentidos.
Consultando qualquer dicionário sobre o termo "equilíbrio" podemos ver que "proporção" sempre aparece, e o que consigo ver nessas palavras de Shakespeare citadas é, a interação entre os hormônios testosterona (força bruta, agressividade...), ocitocina e vasoprecina, salvo engano os dois últimos envolvidos com a sensação de prazer, sociabilidade, comportamento gentil... Deixo claro que reconheço que meu conhecimento sobre fisiologia animal é bastante vago, então, posso vir a passar vergonha diante de um médico fisiologista que eventualmente possa vir a ler este.
Chegou meio sofridinha, sem raízes, e em 2007 na primeira floração comigo saiu assim, mas notem a falta de simetria entre as anomalias nas flores anômalas... Espera-se que neste caso, anomalias de ordem genética sejam simétricas, ou seja, que as mesmas anomalias se repitam em ambas as pétalas e flores. Na foto abaixo vemos o "boom" de desenvolvimento que a planta teve, pseudobulbos mais velhos com menos de 30 cm de comprimento, e os dois mais novos com mais de 60 cm.
Agora, abaixo à esquerda, flor de uma Cattleya bicolor brasiliense, floração de 2008, com a flor expressando todo seu potencial genético em termos de armação de pétalas, apesar da planta também estar recém plantada, com poucas raízes, etc. E na foto à direita, a floração deste ano, 2009, com uma ligeira anomalia em uma das pétalas (também nenhuma simetria de anomalia):
As possíveis causas que desencadearam essas deformações nas flores são inúmeras, provável que no primeiro caso tenha havido uma interação entre estresses ambientais, dentre eles os relacionados a clima e fatores nutricionais, pois a planta também estava sem raízes e, portanto, sem conseguir absorver de maneira adequada água e nutrientes minerais, aí nos anos que se seguiram, com a planta já estabelecida, aclimatizada e enraizada as coisas mudaram. Mas no segundo caso imagino que o estresse tenha sido um só, um inseto, provavelmente um psilídio, que deu a "picada de prova" no botão da flor, o que causou desordens não só de ordem física mecânica, pois as células do botão da flor eram menores, e qualquer trauma por menor que seja, causa uma cicatriz que se amplia com o aumento do volume do tecido floral, e sabidamente insetos injetam toxinas com suas picadas, toxinas estas que causam desordens fisiológicas alterando a morfologia e até mesmo a cor dos órgãos afetados, justamente o que aconteceu, notem que parece que o sintoma de deformação e de coloração atípica tem um centro de origem, este possivelmente o local da picada.
A principal mensagem que teria para passar neste post é que se adquiriu uma planta e logo na primeira floração ela não atendeu suas expectativas, paciência, ano que vem as coisas podem ser diferentes.
Marcus,
ResponderExcluirGostei do novo layout,ficou ótimo.
Bjão!
Parabéns pela recuperação da orquídea e pelo lindo blog.
ResponderExcluir