Coloco aqui o resumo do mesmo no caso de eventualmente se interessarem, evidentemente na apresentação cada afirmação foi ilustrada, e devido ao pouco tempo disponível inúmeras relações não puderam ser comentadas..
Resumo:
Por quase todo o planeta as diferentes espécies da família Orchidaceae desenvolvem-se como terrícolas, epífitas e rupículas, e estima-se que atualmente existam entre 25.000 e 35.000 espécies de orquídeas, que são plantas herbáceas, perenes e podem apresentar dois diferentes sistemas de ramificação, o simpodial e o monopodial. As orquídeas diferem das demais monocotiledôneas por possuírem em suas flores a coluna, esta originada da completa fusão do androceu e gineceu. Fósseis sugerem que as primeiras orquídeas surgiram no final do Cretáceo, ainda antes da extinção K/T, e que evoluíram em riqueza concomitantemente à separação dos continentes a partir desta era. São clássicas as citações de Darwin referentes às orquídeas, possivelmente cabendo a elas grande contribuição no amadurecimento da idéia da teoria da evolução por meio da seleção natural. Adaptações fisiológicas, anatômicas e morfológicas permitiram que espécies de subfamílias mais modernas se estabelecessem com uma propensão bastante acentuada de estrategistas estresse-tolerantes, sendo as epífitas e rupícolas, cujos habitats são relativamente xéricos. Dentre tais adaptações destacam-se o mecanismo fotossintético MAC e o velame das raízes. Nas simpodiais os pseudobulbos, que são constituídos em grande proporção de parênquima aqüífero e de espessas cutículas, servem como adaptações estruturais para armazenamento de água, de nutrientes e de carboidratos, e nas monopodiais, não existindo pseudobulbos, seus caules aéreos são constituídos em grande parte de esclerênquima, assim, esses órgãos não servem tão bem quanto os pseudobulbos como estruturas de armazenamento de quaisquer recursos, o que culmina na ocorrência e na necessidade de cultivo dessas plantas em microclimas mais úmidos e constantemente bem iluminados. Muitas particularidades do meio físico interferem diretamente na riqueza e na abundância de orquídeas ao longo da paisagem, por exemplo, nos complexos rupestres as orquídeas vegetam sobre as frestas mais rasas ou nas bordas de ilhas de vegetação, pois são de baixa competitibilidade por luz em relação às outras herbáceas de maior porte e de desenvolvimento mais agressivo, e também, em um curto espaço temos as variações de solos induzindo variações nas comunidades vegetais, em que geralmente solos mais arenosos, ou de outra forma pobres em nutrientes ou de menor capacidade de retenção de água, proporcionam fitofisionomias menos adensadas, com isso permitindo que mais luz penetre, o que combinado à elevada umidade atmosférica sob eventuais maiores proximidades com corpos hídricos, proporciona não só o aumento da riqueza e da dominância de orquídeas, como também de outras herbáceas epífitas ou terrícolas, em detrimento da dominância de estrategistas competidoras. A partir do exposto faz sentido concluir que o cultivo de orquídeas melhor sucedido é, na medida em que se conhece e se aplica a biologia dessas plantas e dos contextos ecológicos em que se inserem.
Ando prometendo faz tempo os livros "Orquidofilia & Orquidologia - Princípios Agronômicos no Cultivo de Orquídeas", e o "Paisagens, Habitats e Ecologia de Orquídeas", mas não só um monte de coisas para fazer referente às disciplinas do doutorado, mas também meus constantes ajustes e incrementos nos conteúdos de ambos estão os atrasando, perfeccionismo uns amigos dizem, confesso que outros me falam que é vagabundagem mesmo...
A idéia é que um seja complementar ao outro, um pouco da idéia apresentada neste seminário de hoje.
Tem disponível para venda uma apostila de cultivo de orquídeas que escrevi para a ocasião da Semana do Fazendeiro da Universidade Federal de Viçosa e de outros cursos rápidos por aí, são 20 páginas com fotos em preto e branco, custa R$ 15,00 + despesas de envio, e a renda é para a Associação Orquidófila e Orquidóloga de Viçosa (AOOV) de onde também um recibo é emitido. Atualmente sou presidente da AOOV.
Ultimamente tem surgido muitas propostas para eu ministrar cursos em associações orquidófilas, o que me deixa muito satisfeito com este blog, pois boa parte dos contatos partem daqui.
Dentre os principais temas procurados estão o semeio in vitro de orquídeas por técnicas caseiras, algo que recentemente consegui ajustar melhor e é muito simples e barato de se fazer, e de cultivo geral, envolvendo biologia básica de orquídeas (fisiologia, anatomia e morfologia) de um jeito bastante ilustrado, envolvendo também aspectos de manejo integrado de pragas e adubação, dentre outros.
Muito bom seu texto, bem fundamentado e embasado. Resumo minha crítica em adjetivos simples como profundo, interessante, rico, importante.
ResponderExcluirParabéns Marcos.
Oi Marcus, primeiramente quero lhe parabenizar, seu Blog é bem interessante e bem fundamentado. É minha primeira passagem por aqui e amei seus posts. Amo orquídeas, e neste espaço posso saber um pouquinho mais sobre elas. Bem legal!
ResponderExcluirAcompanho o seu blog já há algum tempo, gosto muito dos artigos. Estou interessada na apostila de cultivo de orquídeas. Como devo proceder, seria através de depósito bancário para a conta da Associação Orquidófila e Orquidóloga de Viçosa (AOOV)?
ResponderExcluirKatia
Marcus, como podemos ter acesso ao seu conteúdo completo? Para termos mais detalhes e conhecimento para uso nas nossas plantas. Obrigado!!!
ResponderExcluirO seu trabalho está muito bom, é interessante como adaptamos os nossos interesses ás nossas actividades, eu estou no curso de ciências do ambiente e o meu primeiro trabalho foi sobre orquideas. Gostava de aprender o semeio in vitro de orquideas que falou.
ResponderExcluirO meu mail é : amrodrigues@sapo.pt
Cumprimentos
Ana
Prezado Marcus,
ResponderExcluirVendo seu blog Orquidofilia e Orquidologia, fiquei muito feliz porque era o que estava procurando: modelo prático para um orquidário.
Ciltivo orquídeas há longos anos, mas de 2008 para cá elas vêm sofrendo ataques de tenthecoris.
Tenho-as tratado com calda de fumo e sabão e calda boradaleza mas quase sem sucesso, pois eles persistem. Acho até que é a posição de meu orquidário, pois há uns 2 anos meu visinho fez uma construção junto a parte sul do orquidário o que o sufocou um pouco. Como minha filha tem um sítio a beira de uma lagoa, estou com vontade de transferí-las para lá,daí a necessidade de um novo orquidário.
Extranhei seu modelo no que se refere à cobertura com plástico e por cima o sombrite, pergunto o seguinte: e se eu fizer um ripado em vez de sombrite?
Ficaria muito grata se me informasse à respeito, poderia ser nesse seu blog ou no meu artmarys.blogspot.com
Mais uma vez muito obrigada.